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Uso de telas e os desafios para manter os cuidados com a saúde do adolescente

Perder horas em filas de banco é coisa do passado! Com um simples toque na tela do celular, é possível pagar contas e fazer transferências em um estalar de dedos. Podemos assistir a aulas, comparecer a consultas médicas, fazer compras, e até conhecer pessoas novas sem precisar sair de casa.
Uso de Telas

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Tudo isso porque temos uma conexão com o mundo bem na palma das nossas mãos! É inegável que o acesso a recursos tecnológicos seja um facilitador em nossas vidas, mas não podemos deixar de reconhecer que o uso abusivo de telas também traz muitas consequências negativas para a saúde, principalmente para crianças e adolescentes. 

Em entrevista à BBC News, o neurocientista francês Michel Desmuget, autor do livro “A fábrica de cretinos digitais”,afirma que, pela primeira vez, os filhos estão menos inteligentes que os pais e o consumo de dispositivos digitais tem uma relação expressiva com este efeito, já que, segundo o pesquisador, quando a exposição à televisão e ao videogame aumenta, o Quoeficiente de Inteligência (QI) diminui. O cérebro humano só está completamente maduro aos 25 anos e o uso desenfreado de telas afeta o desenvolvimento neural de crianças a jovens. 

O consumo abusivo da tecnologia pode acarretar uma série de outros transtornos: 

Menor capacidade motora – pouca aptidão em realizar atividades como correr, saltar, 
nadar;

Sedentarismo – pouca atividade física pode trazer como consequência o aumento da pressão arterial, problemas cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2;

Alteração do ciclo circadiano – a exposição à luz artificial à noite pode provocar insônia e, consequentemente, aumenta a irritabilidade e acarreta outros transtornos como a obesidade, por exemplo.

Problemas de visão – o olhar fixo nas telas, por muito tempo, pode provocar miopia, cansaço nos olhos, vermelhidão, coceira, sensibilidade à luz;

Problemas auditivos – fones de ouvidos usados de forma contínua em alto volume podem levar à perda auditiva leve, em alguns casos, à surdez;

Desvios posturais – passar muito tempo sentado na cadeira do computador pode trazer alterações para a coluna como hiperlordose, hipercifose e escoliose. 

Problemas na saúde mental – exposição excessiva às telas pode provocar adoecimento psíquico como distorção de imagem corporal, transtorno alimentar, ansiedade, depressão, dependência digital; 

Tem gente que não larga o celular nem pra comer e, na roda de amigos, não tira os olhos da tela. Além de trazer uma série de transtornos para a saúde, o uso abusivo da tecnologia pode afetar também as relações com amigos e familiares, afinal, ninguém gosta de ter a atenção roubada por um dispositivo eletrônico, não é mesmo? A dependência tecnológica é semelhante ao vício em drogas, mas a diferença é que a tecnologia chegou pra ficar e nós não temos como nos afastar completamente dela. Então, precisamos desenvolver mecanismos para lidar com ela sem afetar a nossa saúde e as nossas relações.

Se liga aqui nas dicas que separamos pra você:

Respeite os limites de tempo de tela. De 11 a 18 anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que o tempo máximo de exposição seja de 2 a 3 horas por dia;

  • Caso precise, recorra a ferramentas de gerenciamento de tempo;
  • Faça as refeições sem contato com as telas;
  • Desconecte-se de 1 a 2h antes de dormir e nada de celular perto da cama;
  • Por mais tentador que seja, não vire a noite jogando;
  • Ajuste a iluminação adequada para leitura;
  • Faça pausas do tempo em frente às telas;
  • Não se esqueça de piscar os olhos;
  • Leia mais livros;
  • Escreva à mão;
  • Construa hobbies que não envolvam exposição às telas;
  • Se achar necessário, busque ajuda profissional.

Que fique bem claro: a tecnologia não é nenhuma vilã. Como vimos, ela traz inúmeros benefícios e, por mais desafiador que seja, é possível utilizá-la de forma saudável. Siga as dicas e se conecte mais com você. 

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